RESUMO DE LIVROS

A GÊNESE DE ALLAN KARDEC

A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (em língua francesa La Genèse, Les Miracles et les Prédictions Selon le Spiritisme), é um livro espírita francês. De autoria de Allan Kardec, foi publicado em Paris em 6 de janeiro de 1868. É uma das obras básicas do espiritismo.
Nesta obra Kardec aborda diversas questões de ordem filosófica e científica, como as da criação do Universo, a formação dos mundos, o surgimento do espírito, segundo o paradigma espírita de compreensão da realidade.
Kardec procura estudar os milagres como fenómenos naturais cujos mecanismos de funcionamento são atualmente desconhecidos pela Ciência. Descreve os feitos extraordinários de Jesus Cristo, explicando o que teria realmente acontecido. Também mostra o processo espiritual e físico da criação da Terra, dos astros e planetas que compõem o Universo, segundo a visão científica de seu tempo.

OBRAS PÓSTUMAS DE ALLAN KARDEC

Obras Póstumas (em francês "Œuvres Posthumes") , é um livro espírita francês. Trata-se de uma compilação de escritos do Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, lançada postumamente em Paris, em janeiro de 1890, pelos dirigentes da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. A epígrafe da obra reza: "É preciso propagar a Moral e a Verdade". É a segunda das duas obras complementares sobre a Doutrina Espírita.
A obra transcreve uma biografia de Kardec publicada originalmente na "Revue Spirite", assim como o discurso proferido pelo astrônomo Camille Flammarion no sepultamento daquele.
Dividida em duas partes grandes e heterogêneas, contém diversos artigos escritos por Kardec que não haviam sido publicados, fosse por falta de tempo hábil, fosse por não representarem mais, com o passar dos anos, uma expressão fiel de seu pensamento. Além deles, há ainda a transcrição de várias comunicações mediúnicas ocorridas em reuniões em que Kardec tomou parte.
O conteúdo geral da obra é bastante esclarecedor a respeito do ponto de vista do Codificador acerca de variados temas de ordem filosófica, moral e religiosa. Alguns assuntos abordados são a música celeste, a natureza do Cristo, o conhecimento do futuro, as manifestações dos Espíritos, fotografia e telegrafia do pensamento.
A primeira parte da compilação é dedicada a uma série de artigos escritos por Allan Kardec em épocas bastante diferentes. Constam nessa porção da obra análises acerca das manifestações dos Espíritos, incluindo temas como perispírito, transfigurações, sonambulismo e telepatia, e sobre temas sociais e filosóficos, a exemplo do Estudo sobre a natureza do Cristo e dos ensaios As cinco alternativas da Humanidade e Liberdade, Igualdade, Fraternidade.
Já na segunda parte da obra consta uma série de transcrições de reuniões mediúnicas nas quais Kardec tomou parte, que versaram basicamente sobre o desenvolvimento das ideias espíritas, sua divulgação e sua influência nas sociedades europeias. Há diversas notas de Kardec explicando o contexto em que se estabeleceram as comunicações, o que, somado ao ordenamento cronológico em que já se achavam organizados os textos, dá margem à ideia de que se tratava de uma nova obra que vinha sendo compilada pelo Codificador do Espiritismo.

O QUE É ESPIRITISMO DE ALLAN KARDEC

O Que é o Espiritismo? (em língua francesa Qu'est-ce que le Spiritisme?) é um livro espírita francês. De autoria de Allan Kardec, foi publicado em Paris no ano de 1859.
A obra sucedeu a publicação de O Livro dos Espíritos (1857), e apresenta, de forma sucinta, os princípios da Doutrina Espírita assim como respostas às principais objeções que lhe podiam ser apresentadas. É dividida em três partes:
- a primeira apresenta três diálogos, em que Kardec conversa com um crítico, um cético, e um padre;
- a segunda, noções elementares de Espiritismo; e
- a terceira, a solução de alguns problemas do quotidiano pela doutrina espírita.
 

DIÁLOGO COM UM EXECUTOR DE RUBENS SERACENI

Em Diálogo com um executor conheceremos a história de Mário Ventura, desencarnado no ano de 1953 em um acidente de carro após ser fechado por um caminhão.

Mário fica vagando, mas logo percebe que não faz mais parte do mundo dos vivos. Acaba sendo socorrido e levado a um abrigo, onde passa cerca de 1 ano se recuperando. Até que sua pequena filha Eliana chega a este abrigo, após ter sido duramente agredida pelo padrasto Vitor. Mário acaba descobrindo que sua esposa se casou com seu melhor amigo, com o qual já vinha traindo-o. Vitor vivia alcoolizado e chegou a abusar da filha mais velha de Mário, Priscila, levando-o à revolta e ao desejo de vingança.

Mário é orientando pelos benfeitores a aceitar os desígnios de Deus e deixar que a ação das Leis Divinas se encarregassem de seus desafetos, mas acaba abandonando o abrigo e se juntando a seres trevosos, especializados em provocar o desencarne de "canalhas".

-Este verme pagou pela morte de Eliana?
-Ainda irá pagar.
-Quando?
-No dia em que a Lei Divina voltar-se contra ele, tudo será ajustado.
-A Lei Divina! Muito boa essa lei, não? Permite que os canalhas façam o mal na Terra e fiquem impunes.
-Ela é perfeita, Mário. Não julgue mal as coisas de Deus.  (pg 31)


Mário acredita ser um executor das leis divinas. Sua filha Priscila é assassinada em 1968 e passa a  trabalhar para uma dama das trevas. Mário a auxilia nos casos mais complicados.

Foi assim de 1972 até 1983 (...) Levei para o inferno pastores, padres, médicos, policiais, marginais, políticos e toda espécie de canalha que torna imundo aquilo que deveria ser bom e belo. (...) Para minha filha, eu era seu braço direito armado a escoltá-la quando descia muito fundo nas Trevas. (pg 43)

Tudo ia aparentemente bem até que Priscila é designada a importunar o médium, Rubens Saraceni. Priscila, Mário e seus escravos acabam se deparando com o guardião de esquerda do médium, que os captura e revela os motivos dos sofrimentos dessa família.

Tudo o que nos parece injusto tem uma razão de ser, e foi motivado por uma ação anterior que apenas está provocando um efeito tardio de reação. Eu teria de lutar contra meu instinto e amoldar-me às regras da Luz, ou seja, confiar em Deus e na Sua Justiça. (pg 61)

 O médium, Mário, sua esposa, suas filhas, um dos benfeitores do abrigo e a dama das trevas estavam todos ligados devido a uma encarnação ocorrida há 300 anos atrás.

Devido aos inúmeros débitos contraídos, a família de Mário passará por um processo de depuração num abismo, onde serão espancados, chicoteados, picados por serpentes, atacados por cães ferozes e violentados sexualmente.

No capítulo 8 - um dos mais fortes do livro - o autor irá narrar cenas com espíritos que se deixaram levar pelas forças do sexo desvirtuado, com descrições um tanto quanto perturbadoras sobre relações sexuais em regiões infernais. É preciso fôlego para conseguir ler esta parte.

Reencarnação, Lei da Causa e do Efeito, Choque Anímico, Guardiões, Luz x Trevas, Sexualidade. Todos esses temas reunidos em um romance de apenas 120 páginas. Este livro conta a trajetória de um espírito caído até retornar à Luz.

O GUARDIÃO DA MEIA NOITE RUBENS SERACENI

Resumo: Pai Benedito de Aruanda, através da mediunidade de Rubens Saraceni, conta-nos a história do Guardião da Meia Noite, que fôra um rico barão português que cometeu várias atrocidades enquanto encarnado e que, ao desencarnar, é feito de escravo das trevas e que, depois de muito sofrimento e aprendizado, passa a ser um guardião das Leis Divinas.
 

Trecho: 
 

E eu pensei: “Como era poderoso o Guardião dos Sete Portais das Trevas”, que leu o meu pensamento. - Não pense que consegui o meu poder sendo um tolo. Sempre dormi com um olho aberto. Nunca deixei uma ofensa sem resposta, nem um inimigo mais fraco sem conhecer o meu poder. Nunca deixei de respeitar um igual ou de temer a um mais forte. Foi assim que consegui tanto poder. Também nunca saí da lei do carma. Não derrubo quem não merece, nem elevo quem não fizer por merecer. Não traio a ninguém mas também não deixo de castigar um traidor. Leve o tempo que for necessário, eu o castigo. Não castigo um inocente, mas não perdôo um culpado. Não dou a um devedor, mas não tiro de um credor. Não salvo a quem quer se perder, mas não ponho a perder quem quer se salvar. Não ajudo a morrer quem quer viver, mas não deixo vivo quem quer se matar. Não tomo de quem achar, mas não devolvo a quem perder. Não pego o poder do senhor da Luz, mas não recuso o poder do senhor das Trevas. Não induzo alguém a abandonar o caminho da Lei, mas não culpo quem dele se afastou. Não ajudo alguém que não queira ser ajudado, mas não nego ajuda a quem merecer. Sirvo à Luz, mas também sirvo às Trevas. No meu reino eu mando e sei me comportar. Não peço o impossível mas dou apenas o possível. Nem tudo que me pedem eu dou, mas nem tudo que dou é porque me pediram. Só respeito à Lei do Grande da Luz e das Trevas e nada mais. É por isso que o Grande exige de mim, portanto é isto que eu exijo dos que habitam, o meu reino. Não faço chorar o inocente, mas não deixo sorrir o culpado. Não liberto o condenado, mas não aprisiono o inocente. Não revelo o oculto, mas não oculto ao que pode ser revelado. Não infrinjo à Lei e pela Lei não sou incomodado. Agora sabe de onde vem meu poder, senhor da Meia-Noite. Eu sou um dos sete guardiões da Lei nas Trevas; os outros seis, procure e a Lei lhe mostrará. - Por que o senhor não socorreu o Cavaleiro em sua queda? - Foi a Lei Maior que o determinou, por isto eu me calei. Mas quando Ela saiu em seu auxílio, eu arrasei o reino de Lúcifer para saber onde estava o Cavaleiro e acabei descobrindo pois foi a Lei que me ordenou que assim o fizesse. Ele teve que calar-se e entregar-me o culpado. - Obrigado, Guardião dos Sete Portais das Trevas deu-me uma lição sábia. Sou seu devedor. - Nada me deve, Senhor da Meia-Noite. Gosto de ensinar a quem quer aprender mas também gosto de castigar a quem aprende e faz mau uso do saber. Ele bateu o pé esquerdo e o recinto se encheu de entidades que haviam sido religiosos quando na carne. - Eis aí um exemplo do mau uso do saber. Eles aprenderam tudo o que precisavam para suas missões na terra mas não seguiram o que pregaram. Usaram do que sabiam em benefício próprio ou para arruinar aos que acreditaram neles. Olhe bem, Guardião da Meia-Noite e verá que os que se diziam sábios, iluminados, profetas, grandes lideres religiosos ou grandes sacerdotes não passavam de otários, idiotas, tolos, imbecis, cegos e mal intencionados. Verá entre eles todo tipo de defeito e nenhuma qualidade. Eram lobos uns pois se aproveitavam e comiam suas ovelhas e hienas outro pois se contentavam em consumir os restos deixados pelos lobos. Uns e outros hoje choram pelo erro cometido pela oportunidade perdida e pela luz não conquistada. Viveram do mundo e não pelo mundo. A Lei não os perdoou e os entregou a mim. Eu dou-lhes o que merecem porque sou um guardião da Lei das Trevas e esta é minha função. A Lei não iria colocar um ser bom e iluminado para castigar os canalhas nem colocaria um carrasco como eu para premiar aqueles que venceram suas provas. Não! Os guardiões da Lei na Luz tem uma função como a minha mas afeta à Luz: não deixam cair quem se fez por merecer à ascensão. Eu não deixo subir aos que se fizeram por merecer a queda. Eu sou a mão que castiga, a outra é a que acaricia. Eu sou a mão que derruba, a outra a que levanta. Tudo isto eu sou e ainda assim não sou infeliz, triste, arrependido ou ruim. Não sofro de remorso por castigar aquele que a Lei derrubou, assim como um guardião da Lei na Luz nada sente ao premiar a quem merecer. Eu sou o que sou, um guardião da Lei nas Trevas e me orgulho disto porque sei que sou necessário à Lei. E tudo isto você também é, ou será se assumir todo o seu passado, resgata-lo e se sentir feliz em servir à Lei. Ela o recompensará quando assim quiser, não porque você peça qualquer recompensa pelo seu trabalho mas porque serve-a sem se lamentar por estar nas Trevas pois Luz e Trevas são os dois lados do Criador. Há os que trabalham durante o dia e dormem à noite mas também há os que trabalham de noite e dormem durante o dia. Há os animais que só saem de sua morada sob o sol e aqueles que só o fazem sob o luar. Há o verão mas há também o inverno. O que um aquece o outro esfria e vice-versa. Há a primavera mas há também o outono: O que um faz brotar o outro faz se recolher e vice-versa. Há o fogo para queimar e a água para saciar a sede. Há a terra para germinar e há o ar para oxigenar. Há tantas coisas e no fim são somente partes do Um. Por isto lhe digo, Guardião da Meia-Noite há os anjos e há os demônios. Os anjos habitam na Luz e os demônios nas Trevas. Uns não condenam aos outros pois sabem que são o que são porque assim quis o Criador. Aqueles que vivem no meio é que criam tanta confusão com suas descidas na carne. Do nosso lado não há nada disto. Cada um sabe a que lado pertence. E os que não sabem, são os primeiros de quem nos apossamos. Esta é a Lei que nos rege e a todo o resto da Criação. Mais não vou falar pois precisaria de muito tempo para tal coisa. Espero que possa sair daqui melhor servidor da Lei do que quando chegou. - Eu agradeço suas palavras, Guardião dos Portais. Pena que eu seja muito pequeno para ajuda-lo, senão eu diria: se precisar de minha ajuda é só pedir! - Pois ainda lhe digo que a maior das pirâmides não prescinde da menor de suas pedras; a maior das aves de sua menor pena nem o maior teto de sua menor telha; e nem o maior corpo do seu menor dedo. O maior rio não rejeita a menor gota da chuva nem o maior exercito ao seu mais fraco soldado. O maior rico é aquele que valoriza o menor dos seus bens. Muito mais eu poderia dizer mas me satisfaço em dizer-lhe: obrigado Guardião da Meia-Noite! Se eu precisar de seu auxilio não terei vergonha em lhe pedir pois por terem vergonha muitos morrem. Morrem por terem desejado algo e não terem provado seu gosto. Vergonha não faz parte do meu vocabulário e a palavra que mais prezo é a que se chama”respeito”. Aja assim e não será traído nem odiado, mas respeitado. Nem os maiores passarão por cima de você e nem os menores lhe escaparão. Ele parou de falar. - Até à vista, Guardião dos Sete Portais das Trevas! - Até à vista, Guardião da Meia-Noite!

O CAVALEIRO DA ESTRELA GUIA RUBENS SERACENI

Resumo: Trata-se de um romance mediúnico umbandista, que conta a saga de Simas de Amoeda, um ex-juiz da Inquisição que, por ingenuidade, levou seu pai à morte na fogueira e que, a partir dessa decepção, saiu pelo mundo vindo aportar no Brasil, onde conheceu João de Mina, um velho negro escravo, a quem chamou de Pagé Negro, e que lhe ensinou sobre os Orixás. Viveu com negros e índios, aprendendo com o Pajé Anhanguara o poder das ervas. Sua missão: proteger índios e negros da ganância dos portugueses. Em suas andanças, foi agraciado por Iemanjá (Inaê Iabá) com uma poderosa e mágica estrela do mar.
Comentário: Pai João de Aruanda, através da mediunidade de Rubens Saraceni, nos brindou com um livro fascinante, repleto de ensinamentos, que prende a atenção do começo ao fim. Uma verdadeira obra-prima espiritualista!
Trechos: 
No trecho abaixo, Saraceni nos revela onde estão os padres e bispos católicos que participaram da vergonhosa Inquisição, que tanto maculou a imagem da Igreja Católica. Muitos retornaram ao corpo físico - através da reencarnação - mantendo suas características egoístas, mercantilistas e sádicas e estão agora no comando de religiões protestantes ( a meu ver, especialmente nas denominações pentecostais e neopentecostais), combatendo a mediunidade - que é e sempre vai ser uma ameaça para seus anseios de poder e ganância - e impondo a "Palavra de Deus", muitas vezes de forma distorcida, com interpretações equivocadas da Bíblia e às custas de dízimos exorbitantes. "Quem tem olhos de ver, que veja"

Hoje, os padres negros já vestem outras "batinas". Os perseguidores de pessoas possuidoras de dons naturais estão localizadas num ramo dissidente da Igreja Católica, que é o protestantismo. Os ecos dos juizes da Inquisição que defendiam os seus interesses e ambições pessoais através das trombetas da Santa Igreja Católica, ainda são ouvidos nas vozes dos "pastores" que sufocam os dons naturais comuns a todos os seres humanos,invocando-os como manifestações do demônio.Hoje, 1994, ano de um século em que o homem alcança fronteira dantes nunca imaginadas pelo conhecimento humano, ainda somos obrigados a ouvir as vozes inquisidoras a sufocar tais dons, pois eles são, tal como naquela época, uma ameaça às suas religiões mercantilistas. Esses dons, ou faculdades, não podem ser mercantilizados, sob risco de o seu doador, que é Deus, retirá-los de imediato do escolhido,impedindo-o de manifestá-los entre os homens. Eles não precisam de nada mais que uma doutrinação para que se tornem uma ação maravilhosa aos olhos dos que ousam vê-los.Por isso, ora são sufocados por padres, ora por pastores e ora por governantes, uma vez que tais dons mostram o lado divino dos seres humanos, aquilo que liberta a alma das amarras mercantis daqueles que falam de Deus, mas cobram dízimos dos seus ouvintes.Talvez seja porque falam de Deus, e não em nome de Deus, que cobram tão caro dos seus ouvintes.O valor que se cobra não é apenas em espécie, não fica só nos valores materiais. Eles exigem uma submissão total às suas interpretações do que seja a vontade de Deus. Sim, hoje, ontem e amanhã sempre haverá os que lutarão com meios materiais para imporem suas "idéias" sobre o que seja a vontade de Deus, mas também haverá aqueles que darão sustentação às manifestações dos dons naturais dos seres humanos


Já neste outro trecho, temos um diálogo entre Simas e Inaê Iabá:

Você também chora. Por que chora, filha? De onde você é, quem é você? -Eu sou uma serva do meu Amo e Senhor. -E quem é ele? -Ele é o maior Pescador que eu conheço. Pesca em todos os mares,às vezes Ele traz uns peixes para eu limpar. Meu trabalho é limpá-los e cuidar para que não venham a se estragar, senão não servirão de alimento. Se isto acontece, Ele não diz nada para me repreender,pois é muito compreensivo, mas eu sinto que Ele fica triste com minha falha (...) Quem é você, bondosa criatura, que sabe como consolar os aflitos?Não é uma limpadora de peixes, eu sei que não é. - Eu sou aquela que limpa os peixes que devem servir de alimento a seus semelhantes. Devo dar-lhes força para continuarem suas caminhadas na terra. Eu purifico e fortaleço aos guerreiros que lutam com as armas divinas. Eu sou serva obediente do Criador de tudo e de todos. Porque não abres os olhos para ver quem sou,Cavaleiro da minha Estrela? Você é o meu Cavaleiro da Estrela da Guia.

SALOMÉ LUCIOS E SANDRA CARNEIRO

Resumo: Do mesmo autor do inesquecível Jornada dos AnjosSalomé é o novo romance do espírito Lucius através da mediunidade de Sandra Carneiro.

Rafaela, uma jornalista bem-sucedida, é enviada ao Afeganistão para fazer uma reportagens sobre a vida das mulheres daquele país. Lá assiste ao apedrejamento da jovem Farishta, o que lhe causa imensa comoção. Com a ajuda do fotógrafo Jorge, Rafaela tenta desvendar o mistério por trás daquela morte. Acaba por entrar em contato com Laila, irmã de Farishta, que é criada como menino pois a família estava envergonhada por ter tido tantas filhas mulheres. Rafaela vê nos olhos claros de Laila algo que não consegue compreender.  Por fim descobre que Farishta foi morta por desobediência ao marido Sadin. A partir daí, a forte e determinada Rafaela passa a não conseguir mais dormir bem e fica obcecada em defender as mulheres afegãs destes bárbaros costumes, especialmente a jovem Laila.

Rafaela retorna ao Brasil transtornada, sem saber que o espírito de Farishta a seguia. Entrega a matéria a sua editora Fernanda que acaba publicando-a com muitos cortes, levando Rafaela a grande revolta. Tudo isso vai piorando seu padrão vibratório e aumentando a sintonia com Farishta. Ao mesmo tempo, sua prima e melhor amiga Luana se vê traída e abandonada pelo marido Bernardo e acaba tentando o suicídio. No plano espiritual, Amaro e Eva - avós desencarnados de Rafaela e Luana - velam pelo restabelecimento de ambas, através de passes e diálogos em desdobramento.

Com o decorrer da narrativa, vamos descobrindo os motivos dos sofrimentos dos personagens, através de revelações de outras encarnações. Rafaela e Laila, por exemplo, viveram na Idade Média e Laila, na época Henri, era seu namorado mas devido a uma armação de seu tio (hoje Farishta), acabou levando a moça à fogueira da Inquisição.

Com o auxílio da espiritualidade e de Giovani- namorado de Rafaela - elas acabam conhecendo a consoladora Doutrina Espírita, iniciando então uma novo caminho na jornada evolutiva.

Ficha técnica:
Gênero: Romance Mediúnico
No. de Páginas: 576
Editora: Vivaluz

Comentário: O livro é excelente, daqueles que a gente não quer parar de ler nem um minuto sequer. Com 576 páginas, li em apenas 3 dias. Trata-se de um romance espírita completo, com uma história envolvente, personagens bem construídos, atuação constante do plano espiritual e revelações de outras encarnações explicando os sofrimentos e atitudes atuais dos personagens.

A principal mensagem é referente a emancipação da mulher e a importância de não se perder a essência do feminino.

Quanto à diagramação, é impecável, com letras grandes e confortáveis e uma linda capa.

Trecho:

A pequena distância da vila, podia-se ver uma nuvem de fumaça subindo ao céu. Alice não sabia mais o que sentia, nem conseguia pensar. Dona de inteligência aguçada e forte percepção, vinha tendo, nas últimas semanas, sonhos premonitórios. Naquele momento, porém, não era capaz de fixar a mente em nada. Seu corpo estava todo arranhado e machucado, sangrando. Os cabelos misturados ao mato e gravetos do caminho faziam-na parecer uma louca. À medida que avançavam, ela, embora quase inconsciente, viu a 
cena mais horripilante de sua vida: no centro da praça fora montada gigantesca fogueira, na qual sua mãe, seu irmão e sua irmã, bem como outros amigos e parentes, choravam em desespero. O fogo começava a 
se alastrar pelos feixes de madeira seca. Henri levou a jovem ao bispo e jogou-a a seus pés. 
– Aqui está ela, como o senhor mandou. 
O prelado, fitando-a com lascívia, comentou baixo, de modo a que somente ela o escutasse: 
– Vejo que agora já não está tão bela, nem tem condições de recusar meus favores. Queime, mulher! Queime, sua bruxa! 
Virando-se para um dos cavaleiros, ordenou:
– Coloque-a junto com os demais. 
O cavaleiro olhou para a fogueira que já ardia e indagou:
– Como? Não vou poder chegar tão perto...
O bispo, tomado por um ódio inexplicável, foi até o rapaz e encostou-lhe uma faca ao pescoço, ameaçador.– Obedeça!

RENASCER LUCIOS E SANDRA CARNEIRO

Resumo: Após ser considerada como louca e perigosa e perder o contato com o esposo Ricardo e com a filhinha Cíntia, a jovem Emilie decide fugir do hospício onde foi internada e se dirige rumo a um penhasco, com o objetivo de colocar fim em sua vida. Socorrida por Lucrécia e Jairo, um casal de pescadores adeptos da nova revelação, acaba por entrar em contato com a Doutrina Espírita e passa a compreender os fenômenos que apresentava desde a infância, bem como os motivos dos atuais sofrimentos: Emilie fora uma freira que serviu a Inquisição na encarnação anterior e acabou por adquirir muitos inimigos que, na presente encarnação, desejavam vingança.

Ficha técnica
Médium: Sandra Carneiro
Espírito: Lucius
Assunto: Romance
Páginas: 472
Forma

to: 14x21cm
ISBN: 85-89202-03-8


Comentário: O livro mostra a época do nascimento do espiritismo. Apesar do fim da Inquisição, ainda havia grande domínio político e social da Igreja Católica, que se viu ameaçada frente as grandes revelações. Lucius nos traz vários trechos mostrando o autoritarismo da "Santa Igreja" representada pelo clero da época, que não poupou esforços, usando de atitudes sombrias, para impor medo em seus fiéis.
O livro narra, inclusive, o famoso auto de fé em Barcelona, ocorrido em 9 de outubro de 1861, quando vários exemplares de livros espíritas foram queimados pela Igreja.
O romance prende a atenção e a leitura é bastante confortável, com papel de fundo branco e fontes de tamanho médio.

Trecho:
No trecho abaixo, temos um diálogo entre Emilie e Sara sobre o advento do espiritismo. Emilie, assim como muitos ainda hoje, acreditava que a nova doutrina seria uma "artimanha" do demônio para enganar os incautos.


- O que é afinal essa doutrina de que você e Lucrécia tanto falam? Não é a nova e perigosa religião, cheia de mistérios e práticas bizarras, que dizem ser artimanha do demônio para nos enganar?
- Dizem que é perigosa porque esclarece, porque ilumina a razão e nos estimula a pensar, a questionar, libertando-nos de crendices e mentiras que aprisionam
- No entanto, dizem que é do mal....
- Como o mal pode vir e incentivar os homens a crer em Deus e a acatar a lição de Jesus? Como pode estimular os homens a praticar os ensinos cristãos em sua essência, tornando-se melhores? Como uma doutrina perniciosa pode trazer conforto, esperança, e levar os homens a terem mais fé em Deus?

DESAFIANDO O DESTINO ROSE ELIZABETH MELLO

Resumo: Lançamento da Editora Vida & Consciência, Desafiando o destino é um romance, escrito por Rose Elizabeth Mello com inspiração de seu mentor Yann. A história começa em 1855. Louise é uma jovem impetuosa, que não mede esforços para atingir seus objetivos. Ela vive no interior de São Paulo, com seus pais Catarina e Amilcar - um próspero cafeicultor da região do Vale do Paraíba -  e com os irmãos Isabelle e Robert. Apesar da vida confortável, o sonho de Louise é viver na corte, no Rio de Janeiro. Num jantar oferecido em sua residência, conhece o médico Homero e vê nele o caminho para sua ascensão social. O problema é que Homero já é noivo da frágil Sophie e não demonstra nenhum interesse por Louise.

Inspirada por sua ambição, Louise tem a ideia de dizer que está grávida de Homero para forçar um casamento com ele, mas na verdade ela está grávida do feitor Bruno, funcionário da fazenda de seu pai. Louise leva essa ideia pra frente, causando enorme sofrimento aos seus familiares, a Homero e principalmente a Sophie, que acaba atentando conta a própria vida. Apesar de tudo, Louise continua demonstrando imensa frieza de sentimentos e termina esta fase do livro de acordo com seu merecimento.

A partir do capítulo 13, a história salta para o ano de 1971 e passa a contar uma nova encarnação de Louise, desta vez retornando como Camila, uma jovem pobre, que mora no sertão nordestino com seus pais e irmãos. Apesar de ter sofrido muito enquanto estava na erraticidade e de ter feito a proposta de se renovar espiritualmente, Louise/Camila continua ambiciosa. Cortez, um jovem escravo que trabalhava na fazenda de Amilcar, será seu guardião. Será que ele terá sucesso em tão difícil missão?

Além de Camila, conheceremos a inglesa Anne que se muda para o Brasil com a pequena Fay, fruto de um relacionamento acabado com Edward. Anne conhece Salviano (Homero) com quem acaba se casando. Salviano é um famoso advogado, que apesar de ter bom coração é vaidoso demais. Os destinos dessa família e de Camila irão se cruzar, pois a jovem consegue se mudar para o Rio de Janeiro e se forma em Direito, graças às suas táticas ardilosas e passando por cima de tudo e de todos.

Salviano é separado de Theodora, com quem teve Alícia. No decorrer da história, Alícia irá conhecer Marina e a Doutrina Espírita, levando alento à mãe e para outros personagens da trama.

Ficha Técnica:
Autor: Rose Elizabeth Mello   
Categoria: Romance 
Paginas: 416

Comentário:
O livro é excelente! É daqueles que você lê sem parar. Os personagens são muito bem construídos e a cada capítulo conhecemos novas revelações. O tema central é a reencarnação e a Lei de Causa e Efeito. Nem todos os personagens estiveram juntos em vidas passadas e alguns sintonizam com espíritos infelizes devido às suas póprias más tendências e não devido a débitos pretéritos. Quando à arte gráfica, o conforto para leitura é total, com fonte grande e fundo branco.

A Sacerdotisa do Nilo - Maria Gertrudes e Rochester

Lançamento da IDE editora , A Sacerdotisa do Nilo conta a história de Smegrituh, filha do faraó Thutmés III, que com apenas 8 anos, é enviada para o Templo de Amon-Rá para receber treinamento e ser uma iniciada nos mistérios espirituais.

Apesar da pouca idade e de ter sido afastada de sua mãe, Tyi-Tah, a menina é determinada e sente-se importante por ser filha de um faraó. Os anos se passam e já adolescente Smegrituh aprenderá sobre a arte de curar através das ervas. Seu instrutor Menéfres a alerta sobre o perigo da vaidade, mas a  jovem se enchia de soberba; desenvolvia a inteligência, mas não a personalidade.

"O conhecimento despertou-me a sede de domínio, mergulhei na descoberta, mas meu coração se fechava, insensível" (página 50)

Na festa de Ano Novo, Smegrituh conhece o noviço Tamer e se vê enamorada; porém o belo rapaz estava interessado em Miriam, companheira de iniciação de Smegrituh e pela qual a jovem já nutria grande inveja.

Meu coração encheu-se de raiva, sentimento que tentei abafar o quanto pude. Esse sentimento aflorou em minha alma, como uma navalha afiada que cortava toda a minha alegria. (página 56)

Numa quarentena onde as noviças ficaram isoladas, Smegrituh tentou matar Miriam,sua rival, colocando veneno em seus alimentos. Foram 40 dias de tortura mental, enclausurada numa cela, sem saber se seu plano tivera êxito. Ao sair, a situação não era melhor pois ninguém sabia dar notícias de Miriam.

Chamada pela sacerdotisa chefe para ser informada que havia sido reprovada nesta etapa do curso para Sacerdotes, Smegrituh agride a Grande Mãe e acaba sendo levada para um local próprio para tratamento de doentes mentais. De lá, acaba fugindo e segue para Tebas, juntamente com um agrupamento de ciganos. Nisto, seu pai, o Faraó, desencarna.

Utilizando-se de um colar que ganhou do pai,  Smegrituh consegue retornar ao palácio e reencontra-se com Tamer, que lhe revela o paradeiro de Miriam.

Bom, agora é com vocês! O que acontecerá com a jovem Smegrituh?

Ficha Técnica:
Autor: Maria Gertrudes | Espírito Rochester
Gênero: Romance
Nº de páginas: 256
Dimensão: 14x21

Comentário:
Trata-se de um livro gostoso de ler. A narrativa é em primeira pessoa, onde a própria Smegrituh vai contando a sua vida no antigo Egito. A linguagem é simples e de fácil compreensão, mas nem por isso deixa de mostrar lições importantes. A fonte (letra) é grande e confortável, com boa diagramação.